quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Aos Avós

Tudo é efémero na insuficiência da existência

Nada chega, nem o tempo nem o espaço

E quando expira o calor de um regaço

Vemos que a vida nem é vida, mas experiência


O que há para apagar, fica pintado

Em frias e eternas pinceladas

Segundo crédito para um acto equivocado

Não existe, só memórias encerradas


Capítulos de um livro terminado

Onde o fim é sempre um novo início

Não há clima poeirento ou abafado

Somos da vida, gerações ossos de ofício


Mas pesa sempre esta naturalidade

Que natural é o natural custar

E a pena e o seu peso é, nesta idade,

Ficar sem tempo mais para te abraçar.


08-12-2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário